sábado, 22 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

boemia


hoje a lua é verso
de loucos, de putas
e de poetas

hoje a lua é verso
prazer bêbado
regaço


luiz otavio

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

poemas aos homens do nosso tempo



                                                                                    IX

ao teu encontro, Homem do meu tempo,
e à espera de  que tu prevaleças
à rosácea de fogo, ao ódio, às guerras,
te cantarei infinitamente à espera de que um dia te conheças
e convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, e os outros,
alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa.
as coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei
minha própria rudeza e o difícil de antes,
aparências, o amor dilacerado dos homens
meu próprio amor que é o teu
o mistério dos rios, da terra, da semente.
te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu

compaixão e ternura e paz na Terra
se ainda encontrasse em ti, o que te deu.


hilda hilst

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

as mãos



com mãos se faz a paz se faz a guerra.
com mãos tudo se faz e se desfaz.
com mãos se faz o poema - e são de terra.
com mãos se faz a guerra - e são a paz.
 
com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
 
e cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
folhas que vão no vento: verdes harpas.
 
de mãos é cada flor, cada cidade.
ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade. 

manuel alegre

passarinhos

  Despencados de voos cansativos Complicados e pensativos Machucados após tantos crivos Blindados com nossos motivos Amuados, reflexivo...