terça-feira, 27 de outubro de 2009

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Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência.
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.
Alberto Caeiro - quando está frio



Eu não tenho medo, nunca tive medo da morte. Você vai morrer um dia, só Deus é que sabe quando. O que eu tenho pedido a Deus é que não me dê um dia a mais de vida de que eu não possa me orgulhar dele.

josé alencar - vice presidente (27.10.09)

sábado, 24 de outubro de 2009





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Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer – e respondo a toda essa infâmia com – exatamente isto que vai agora ficar escrito - e respondo a toda essa infâmia com a alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria.
clarice

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Congresso internacional do medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

drummond

Mistério

Há vozes dentro da noite que clamam por mim,
Há vozes nas fontes que gritam meu nome.
Minha alma distende seus ouvidos
E minha memória desce aos abismos escuros
Procurando quem chama.
Há vozes que correm nos ventos clamando por mim.
Há vozes debaixo das pedras que gemem meu nome
E eu olho para as árvores tranquilas
E para as montanhas impassíveis
Procurando quem chama.
Há vozes na boca das rosas cantando meu nome
E as ondas batem nas praias
Deixando exaustas um grito por mim
E meus olhos caem na lembrança do paraíso
Para saber quem chama.
Há vozes nos corpos sem vida,
Há vozes no meu caminhar,
Há vozes no sono de meus filhos
E meu pensamento como um relâmpago risca
O limite da minha existência
Na ânsia de saber quem grita.
Adalgisa Nery

domingo, 18 de outubro de 2009

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Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais

Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem

existe alguém pra me libertar.
condicional - los hermanos

sábado, 17 de outubro de 2009

Flores do mais

devagar escreva
uma primeira letra
escreva
nas imediações construídas
pelos furacões;
devagar meça
a primeira pássara
bisonha que
riscar
o pano de boca
aberto
sobre os vendavais;
devagar imponha
o pulso
que melhor
souber sangrar
sobre a faca
das marés;
devagar imprima
o primeiro
olhar
sobre o galope molhado
dos animais;
devagar
peça mais
e mais e
mais.
Ana Cristina Cesar

sábado, 10 de outubro de 2009

^^
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.
nietzsche

sábado, 3 de outubro de 2009

Que sejas tu,
a continuidade da minha canção.
Que sejas tu,
a essência de meus versos,
a rima mais perfeita,
o verbo que conjugo.
Que sejas tu,
o término de minhas buscas.
O escolhido.
O marcado.
Que sejas meu objetivo alcançado.
Que acima de tudo,
sejas o amor jurado.
Que diante do que desejo,
sejas
Seja eu,
teu raio de sol.
Seja eu,
a tua euforia,
tua maior alegria,
O encanto de teus dias.
Que além de teus sonhos,
Seja eu,
a tua realidade.
A essência,
o corpo que te invade.
O abraço que te enlaça,
O beijo que nos sela.
O amor que nos espera.
Tu e Eu ,
EU e TU...
Que Assim Seja
neruda
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto.
Eu
Serei tal qual pareço em mim?
Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Não sei bem se sou eu quem em mim sente.

Álvaro de Campos
confusão, ódio, raiva, amor. como explicar tudo que se passa e se cria em nossa cabeça?
confiança não foi feita para os seres humanos, todos perdem ela!
acreditar e perdoar sim, mas e o coração cheio de lembranças que todos os dias
insistem em aparecer como se tivessem sido convidadas.
perdoar é esquecer ?
e confiar é se entregar?
e se entregar é se perder de si mesmo?
e se enganar ? ^^
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo no mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar!
lulu santos - como uma onda

passarinhos

  Despencados de voos cansativos Complicados e pensativos Machucados após tantos crivos Blindados com nossos motivos Amuados, reflexivo...